A vida ensina a quem quiser aprender que “não há caminho, o caminho faz se caminhando” (António Machado, poeta espanhol). Em certas situações os passos até podem não fazer sentido no momento em que os damos, mas com distanciamento, depois de vários passos, as peças do puzzle (... pelo menos quase todas...) encaixam. Acaso ou destino...será que importa? Acredito que o essencial é estarmos cientes do nosso livre arbítrio (...até quando decidimos que não temos libre arbítrio!) e capazes de perceber/aceitar e concretizar a nossa verdade, dia após dia, uma semana após a outra, um ano após o outro...uma vida após a outra (será?).
Em tempos inéditos (para muitas gerações), de paragem da atividade da espécie humana, como falar de projetos? Porquê e como projetar-se em um futuro totalmente imprevisível?
Pela simples e boa razão que é o que fazemos desde o dia em que viemos ao mundo, chama-se viver! Por mais ilusão de segurança que tenha a nossa civilização, ninguém pode negar que o futuro (seja ele imediato, meio ou longo prazo) é imprevisível pois ele, para todos os efeitos, NÃO EXISTE. E assim existem milhares de futuros possíveis...qual deles se realizará? A pandemia 2019-2020 é uma prova à escala mundial de que a segurança é ilusão...mas temos também exemplos a escala individual...quando em um piscar de olho...a vida muda. A única certeza é o presente: AQUI E AGORA...você lendo esta publicação.
Voltando a pergunta “Como projetar-se em futuro totalmente imprevisível?”. Pois bem, projetando-se, com base na minha verdade aqui e agora. Esta VERDADE PRESENTE conecta um tempo que não existe (futuro), com um tempo que já não existe (passado), ela é intemporal. Logo, qualquer sejam os novos elementos que poderão surgir neste caminho, eles serão naturalmente incluídos na equação do aqui e agora.