Neste artigo, convido-te a olhares para o Autocuidado não apenas como um acto individual, mas como uma ferramenta orgânica e potente de transformação colectiva.
Num mundo marcado por incertezas globais, crises climáticas, desigualdades sociais e desafios de saúde, o Autocuidado emerge como um pilar essencial não só para o bem-estar pessoal, mas para a evolução da própria espécie humana. Pois é, hoje o Autocuidado é um acto de resistência e renovação.
É agora importante conheceres e perceberes a minha definição do Autocuidado. Ele não deveria ser uma reação ao desgaste, mas sim uma estrutura de sustentação para uma vida inteira.
➔ O Autocuidado é um instinto natural de proteção, reconstrução, promoção e desenvolvimento da integridade do indivíduo. E por integridade entendo a integridade física, mental, emocional e espiritual.

Sobre o Autocuidado revolucionário
Mbora colocar o contexto mais global desta conversa. Por mais individualista que seja a sociedade em que vivemos, hoje é gritante a falta de auto-conexão do indivíduo. É como se o individualismo ambiente fosse na realidade, apenas um isolamento desfarçado de pseudo-conforto e pseudo-independência. Isolamento que separa o indíviduo dele próprio, assim como dos outros. Este fenómeno não é acidental. Foi criado, e é mantido, por, e para, sistemas politico-económicos cuja eficácia e sobrevivência dependem precisamente desta solitude do indivíduo. Quando estamos desconectadas de nós mesmas, tornamo-nos mais vulneráveis à influências externas, mais dependentes de estruturas que preenchem um vazio que nós mesmos não conseguimos preencher.
O Autocuidado Revolucionário consiste no movimento, sempre focado no indivíduo, mas oposto. Para o diferenciar do individualismo acima, eu o chamarei aqui de individualização. Trata-se de cuidar da espécie humana promovendo o florescer de cada indivíduo e por consequente, de TODOS...na medida do possível e com as milhares de nuances possíveis do "possível" 😉.
O Autocuidado é hoje um gesto revolucionário pois desafia o estatus-quo do individualismo sistémico redelineando a narrativa do individualismo para colocar o bem-estar individual na raíz do bem de todos! Quem tem espaço para respirar, tem espaço para criar e deixar o outro respirar. Quem se escuta, consegue tomar decisões mais alinhadas consigo próprio. Quem se respeita, coloca limites mais saudáveis.
O Autocuidado revolucionário encena a co-criação de um espaço global de existência da unicidade de cada um. Se calhar é isto que alguns chamariam de paraíso...who knows 🤷🏽♀️ ?!

Sobre a nova economia emocional
Segundo a enciclopédia colaborativa online Wikipedia:
Economia (do grego: οικονομία oikosnomos, "regras da casa") é a ciência que consiste na análise da produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Portanto, a economia é o estudo das escolhas dos indivíduos e do que possibilita a compatibilidade nas escolhas de todos.
Quando falo de "economia emocional", refiro-me a uma mudança profunda e necessária na forma como o mundo percebe e valoriza as emoções, o bem-estar e a saúde mental, tanto a nível pessoal quanto colectivo. Esta mudança, embora ainda em curso, já está a redefinir paradigmas e a desafiar estruturas antigas que durante séculos priorizaram a produtividade em detrimento do ser humano.
Estamos a entrar, não sem resistência mas com persistência, numa era em que a emoção, o sentir de cada indivíduo, deixou de ser algo secundário. Pelo contrário, tornou-se um pilar essencial para a construção de uma sociedade mais equilibrada e sustentável.
Durante muito tempo, a economia girou em torno de métricas frias: produtividade, desempenho, lucro. As emoções eram vistas como um obstáculo, algo a ser controlado ou ignorado. O trabalho, o consumo e até os relacionamentos eram reduzidos a transações, trocas que pouco consideravam o impacto emocional nas pessoas envolvidas.
Este modelo trouxe consigo um custo elevadíssimo: burnout, ansiedade, depressão e uma desconexão generalizada. As pessoas eram ensinadas a medir o sucesso pela capacidade de aguentar, de resistir, de se sacrificar. Mas a que preço?
Hoje, assistimos a uma reconfiguração dessa lógica. A nova economia emocional coloca o bem-estar no centro, não como um luxo reservado a alguns, mas como um activo fundamental para a produtividade sustentável.
Esta economia convida-nos a repensar conceitos como:
O Valor da Presença e da Regulação Emocional: Estar presente, tanto connosco como com os outros, é uma competência essencial. A capacidade de regular as nossas emoções torna-nos mais resilientes e capazes de enfrentar desafios.
Novas Formas de Relacionamento e Trabalho: Relacionamentos e ambientes de trabalho saudáveis são aqueles que valorizam a empatia, a colaboração e o respeito mútuo.
Autocuidado Como Base da Economia: Cuidar de si não é um acto egoísta; é a base para uma vida equilibrada e produtiva.
Se antes éramos ensinados a medir o sucesso pela capacidade de aguentar, hoje o sucesso é medido pela adesão e respeito ao individual. Cada pessoa é única, com necessidades, limites e ritmos diferentes. A nova economia emocional pede que deixemos de operar no modo automático e comecemos a criar estruturas com base na autoconexão.
E tu, já começaste a construir a tua economia emocional?
Que a jornada para a tua realização pessoal seja repleta de descobertas e crescimento.
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Até em breve.
Saudações moleculares.

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