A famosa citação de Jean-Paul Sartre, “O inferno são os outros”, foi usada para expressar que o inferno está na terra pois e na interação com os outros que sofremos. Ao ponto que a nossa visão de nós mesmos é distorcida pelo olhar dos outros.
Mas se pararmos para refletir, o inferno, na verdade, somos nós mesmos, a forma como nós vivemos e reagimos às interações com os outros e, principalmente, como lidamos com as nossas emoções e pensamentos sobre nós próprios.
Pensa numa situação quotidiana: uma discussão com um amigo, ou uma crítica no seio familiar. O que pesa não é só a atitude do outro, mas o impacto que isso tem em ti, como te vês, como reages. Esse fardo que carregas (o desconforto, a culpa ou o ressentimento) é uma construção interna, muitas vezes maior do que o próprio evento. Neste sentido, o inferno não está lá fora, mas sim em nós.
E mais, muitas vezes somos nós que nos olhamos e julgamos com dureza. Aquela voz interna crítica, que te condena por cada suposto erro ou fraqueza, pode ser muito mais cruel do que qualquer julgamento externo. Ou seja o inferno também pode ser o reflexo de como nos vemos no espelho, do que escolhemos acreditar sobre nós mesmas.
Dentro do seio familiar, o "inferno" torna-se ainda mais complexo. É ali que sofremos as maiores pressões, que as expectativas e os condicionamentos estão mais presentes. Dizer "não" parece quase impossível, porque nesse espaço, as fronteiras entre o que tu queres e o que os outros esperam de ti tornam-se difíceis de definir.
Contudo, reconhecer que “o inferno somos nós” permite sair do papel de vítima e convida a assumir os nossos próprios limites, as nossas responsabilidades, a forma como escolhemos lidar com os conflitos. Permite pensar em estratégias para navegar pelas pressões externas e internas. Talvez não tenhas sempre escolhido certas circunstâncias, mas tens a escolha de como vais responder a elas:
Fixar limites é essencial. E por mais difícil que pareça, especialmente com aqueles que amas, gera um chão fértil para relações mais saudáveis e mais produtivas.
Assumir a responsabilidade pelas tuas emoções e decisões é um passo fundamental para não caíres no hábito de culpar os outros por aquilo que não corre bem.
Os conflitos, inevitáveis na vida, te afetam de forma negativa sobre tudo quando não há uma estratégia para os ultrapassar de maneira consciente e alinhada com os teus valores.
Ao tomarmos consciência das nossas escolhas e das nossas respostas, podemos criar um caminho mais leve e verdadeiro, onde o inferno se dissolve e dá lugar a uma nova forma de estar.
Que a jornada para a tua realização pessoal seja repleta de descobertas e crescimento.
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Até em breve.
Saudações moleculares.
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