O termo “empreendedorismo”, que vem do grego "condutor", é definido pela enciclopédia livre Wikipedia como um processo de iniciativa e implementação de novos negócios ou mudanças em empresas já existentes. A mesma fonte lista vários tipos de empreendedores. Em todos os casos envolve os conceitos de “inovação” e “risco”.
De realçar que, embora o empreendedorismo seja associado a noção de “empresariado”, os dois conceitos são distintos um do outro. O “empresariado” correspondendo à criação de uma estrutura que permite sustentar um negócio. Contudo a sinergia dos dois conceitos torna o empreendedorismo mais viável e promissor.
Como associar o “empreendedorismo” ao “feminino”, quando os conceitos de “risco” e de “inovação” estão opostos à imagem tradicional que a nossa sociedade, durante muitos séculos tem atribuído à mulher? Sim, a mulher é um ser vivo da espécie humana, pressionado para ser submisso por um todo (sistema, sociedade, família, patriarcado) devido a considerações não pertinentes, com base no seu género.
A resposta é simples: é óbvio associar o empreendedorismo ao feminino pois desde a ascensão do Homo sapiens, a mulher empreende, quer seja ao dar a vida e criar um filho, ou ao dar a vida à uma atividade, seja ela laboral, científica, doméstica, política ou artística. O empreendedorismo é intrínseco ao gênero feminino, que independentemente da sua situação social/geográfica/familiar, inova e arrisca pelo que ela julga necessário. A mulher até chega a arriscar “perder-se” para o bem de outrem. A única diferença em relação ao seu homólogo masculino sendo que ela não tem o devido reconhecimento e tão pouco as mesmas oportunidades.
E é exatamente isto que diferencia o empreendedorismo feminino do masculino, a estrutura socioeconômica. É dado ao empreendedorismo masculino mais legitimidade e aceitação social, pois é, o olhar e apoio da sociedade é sexuado. A mulher empreendedora encontrará mais obstáculos.
Devido a esse imaginário coletivo, na prática, muitas são as mulheres que abrem mão da sua aspiração a empreender, face a avaliação do “risco de fracassar” versus o “ganho do sucesso”. Contudo, a meu ver, existem dois fatores simples que fazem toda a diferença nesta equação:
• A auto-percepção;
• A gestão do medo.
Cada um destes fatores pode ser objeto de teorias e discussões intermináveis, porém, os dois requerem a mesma base: uma reconstrução mental.
Hoje o desenvolvimento do empreendedorismo feminino requer informação, formação e união.
Pelo empreendedorismo feminino tece-se mudanças sociais sustentáveis, que a partir do núcleo familiar até à nação, fortificam a sustentabilidade e adaptabilidade da sociedade. A presença cada vez mais visível e reconhecida das mulheres, no tecido político e econômico, promove os movimentos de igualdade e equidade. O empreendedorismo feminino é o sustento de muitos sonhos e aspirações. É esta perspectiva que aprofundarei no próximo artigo.
Até lá, desejo-te óptimos empreendimentos.
Caroline Bamba M’Boua
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